Stacks Image 66
Nosso lançamento anterior, neste outubro de 2019! Já disponível - para download, gratuitamente - em nossa Biblioteca!

A coletânea de textos que o leitor tem em mãos é uma obra oriunda das ponderações dos Colóquios do Museu Pedagógico da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), mais precisamente dos XII Colóquio Nacional e V Colóquio Internacional, realizados em setembro de 2017 nas dependências da Uesb, campus de Vitória da Conquista, Bahia, cujas reflexões giraram em torno da conjuntura e estrutura do mundo atual, nos seus vários aspectos e esferas: Estado, Política e Sociedade, sinalizando sempre para a questão candente “estaria o mundo de ponta-cabeça”?

O principal objetivo da problemática levantada foi conjeturar sobre a realidade então vivida no âmbito das relações sociais naquele – que ainda é atual – contexto, marcado por eventos expressivos – muitos deles inusitados – e que, no ambiente do primeiro quartel do século XXI, apontaram/apontam para imprevisibilidades históricas, trazendo consigo medos e incertezas de um presente e futuro assolados por “fantasmas” que antes já assombraram a Humanidade e que agora retornam com preocupante força. Por isto, a renitente pergunta a transversalizar a maioria dos trabalhos aqui apresentados: estaria o mundo de ponta-cabeça?

Ao historicizar esse processo, vemos que desde os idos da II Guerra Mundial uma onda de saudosismo político foi impulsionada por ultraliberais que, no decurso da reestruturação capitalista ocorrida no pós-guerra, coroou uma nova configuração imperialista de escala planetária, que substituiu a sanha imperial inglesa pela estadunidense. A partir dos anos de 1970, o sistema capitalista viu-se frente à sua mais longa crise econômica (e social). Buscando responder ao quadro de retração acumulativa sistêmica, as classes dominantes articularam, em escala global, uma ordem mundial marcada pela monetarização e financeirização, que reestruturou sua esfera produtiva (novos padrões de desenvolvimento tecnológico – robotização, informatização e automação – e novo regime de produção), espraiou a ideologia do “Estado Mínimo”, preconizou a quebra das fronteiras nacionais para tecnologias, mercadorias e fluxo de capitais. Para tudo isto constituiu novos aparatos jurídicos institucionais de caráter transnacional e ao processo nominou “globalização”.

Nesse contexto, ao pensarmos a temática do citado Colóquio do Museu Pedagógico, sentimos a necessidade de evocar a História para analisar o conjunto da obra como forma de aproximação ao entendimento do momento então vivido, e à mente sobreveio o título de uma das obras de Christopher Hill: O Mundo de Ponta-Cabeça (The World is Upside Down), que historiciza o contexto revolucionário inglês do século XVII, mais precisamente dos anos 40 daquele século. Não que os tempos atuais lembrem a radicalidade e dinâmica daquela conjuntura, mas pelo quadro de valores, práticas, retrocessos e desesperança que o hoje evoca. Assim, ficamos apenas com o título da obra como ponto de partida para refletirmos sobre a atualidade: estaria o mundo atual de ponta-cabeça?

Vejam o Sumário, logo abaixo! boa leitura!

José Rubens Mascarenhas de Almeida e Luci Mara Bertoni (Organizadores)

Stacks Image 43
Stacks Image 41
Stacks Image 20
Memória, Álcool e Drogas: contribuições ao debate, organizado pelas professoras Luci Mara Bertoni e Angela Viana Machado Fernandes, da Universidade Estadual do Oeste da Bahia (Uesb), foi o lançamento da Technopolitik no mês de maio de 2019.
Leiam a apresentação que elas fizeram e baixem o livro, gratuitamente, em nossa Biblioteca:
Os estudos e pesquisas sobre álcool e outras drogas apontam que a relação da humanidade com as drogas sempre existiu. O debate que se coloca aqui permeia a questão das consequências advindas do uso abusivo das drogas, o que torna um problema em várias sociedades. Pautadas nesta premissa é que propomos, para esta edição, algumas contribuições acerca da temática. Destacamos o álcool dentro do conjunto de drogas, por se tratar de uma droga lícita na legislação brasileira e que apresenta muitos problemas relacionados ao seu uso/abuso, apontados nas estatísticas de mortes e agressões no trânsito, nas famílias e em outros ambientes.
Ao mesmo tempo faremos uma reflexão sobre a política de drogas implantada no país na apresentação dos modelos vigentes, do proibicionismo e da redução de danos. Em nosso entendimento, não podemos fechar os olhos para o que estamos vivenciando hoje, que não é um fenômeno simples e demanda um diálogo interdisciplinar. Com este intuito, trazemos para o debate as áreas de Psicologia, Sociologia, Educação, Antropologia, Medicina e Saúde Coletiva que nos apresentam uma interlocução dialética necessária para compreensão das contradições inerentes à sociedade contemporânea e aos problemas delas correntes.
A mudança de paradigmas na discussão que envolve o tema, deixando os preconceitos morais e buscando na ciência algumas respostas, mobiliza campos até então negados pelos estudiosos da área. Questões associadas a gênero, juventude, envelhecimento, encarceramento e abuso de substâncias como álcool e drogas, em contextos diferentes (Brasil/Espanha/Alemanha) acrescentam a urgência do debate e do subsídio interdisciplinar na elaboração de políticas de saúde, de educação, enfim de políticas públicas, cuja base não seja a ideia simplista de vício/dependência e indivíduo/sociedade, mas sociedade e políticas públicas.
Com este objetivo este livro inclui artigos que incitam a reflexão, à medida em que tem sido alvo de estudos recentes e de pesquisadores de diferentes instituições e regiões do país e de outros países, os quais enfrentam os mesmos problemas e trazem para a academia bases teóricas e pesquisas que dialogam entre si.
Os trabalhos que compõem esta coletânea perpassam as temáticas do medo, das políticas de saúde, das discussões sobre gênero, mídia, situação de rua, educação, infância, memória e representações sociais, apresentando, entre outros, resultados de estudos e pesquisas desenvolvidas durante o convênio de Mestrado Institucional entre o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e do Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade (PPGMLS) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).
Nos artigos, cada autor(a) falará por si e de acordo com suas inquietações. Os resultados de suas pesquisas mostram que, na diversidade brasileira e internacional, vivenciamos muitas dúvidas em relação às drogas e ao que se implementa para a solução dos problemas inerentes a elas. Neste sentido, dispensaremos a apresentação de cada artigo com o intuito de instigar o(a) leitor(a) a caminhar conosco na contribuição aos debates sobre o álcool e outras drogas.
Boa leitura!!!


Luci Mara Bertoni e Angela Viana Machado Fernandes (organizadoras)